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Drenagem Venosa da Cabeça e Pescoço

As veias da cabeça e pescoço recolhem sangue desoxigenado e devolvem-no ao coração. Anatomicamente, a drenagem venosa pode ser dividida em três partes:

  • Drenagem venosa do cérebro e meninges: Fornecido pelos seios venosos duros.
    • Drenagem venosa do couro cabeludo e da face: Drenado por veias sinónimo de artérias do rosto e do couro cabeludo. Estes vazios para as veias jugulares internas e externas.
      Drenagem venosa do pescoço: Realizada pelas veias jugulares anteriores.

    Neste artigo, vamos analisar as veias acima mencionadas, o seu curso anatómico, e quaisquer correlações clínicas.

    Veias jugulares

    Existem três veias jugulares principais – externa, interna e anterior. São responsáveis em última instância pela drenagem venosa de toda a cabeça e pescoço.

    Vinha Jugular Externa

    A veia jugular externa e os seus afluentes fornecem a maior parte da face externa. É formada pela união de duas veias:

    • Veia auricular posterior – drena a área do couro cabeludo superior e posterior ao ouvido externo.
    • Veia remondibular (ramo posterior) – ela própria formada pelas veias temporais maxilares e superficiais, que drenam a face.

    Estas duas veias combinam-se imediatamente posterior ao ângulo da mandíbula, e inferior à orelha externa, formando a veia jugular externa.

    Após a formação, a veia jugular externa desce pelo pescoço dentro da fáscia superficial. Corre anterior ao músculo esternocleidomastoideo, cruzando-o numa direcção oblíqua, posterior e inferior.

    Na raiz do pescoço, a veia passa por baixo da clavícula, e termina drenando para a veia subclávia. Ao longo do seu percurso pelo pescoço, a EJV recebe veias tributárias – jugular externa posterior, cervical transversal e suprascapular.

    Fig 1.0 - Principais tributários da veia jugular externa, drenando a face externa e o couro cabeludo. As veias da jugular interna e facial são rotuladas para completar Fig 1 – Principais tributários da veia jugular externa, drenando a face externa e o couro cabeludo. As veias facial e jugular interna são rotuladas para a completude

    Pertinência Clínica: Severance of the External Jugular Vein

    A veia jugular externa tem um curso relativamente superficial no pescoço, deixando-a vulnerável a danos.

    Se for cortada, numa lesão como um corte com faca, o seu lúmen é mantido aberto – isto deve-se à espessa camada de fascia de investimento (para mais informações ver Fascial Layers of the Neck). O ar será aspirado para a veia, produzindo cianose, e pode parar o fluxo de sangue através do átrio direito. Esta é uma emergência médica, gerida pela aplicação de pressão à ferida – parando a hemorragia, e a entrada de ar.

    Veias Jugulares Anteriores

    As veias jugulares anteriores variam de pessoa para pessoa. São veias emparelhadas, que drenam o aspecto anterior do pescoço. Muitas vezes comunicam através de um arco venoso jugular. As veias jugulares anteriores descem pela linha média do pescoço, esvaziando para a veia subclávia.

    Fig 1.1 - Vista anterior do colo, mostrando as veias jugulares Fig 2 – Vista anterior do colo, mostrando as veias jugulares

    Vinha Jugular Interna

    A veia jugular interna (IJV) começa na cavidade craniana como uma continuação do seio sigmóide. A parte inicial da veia jugular interna é dilatada e é conhecida como a bulbo superior. Sai do crânio através do forame jugular.

    No pescoço, a veia jugular interna desce dentro da bainha carotídea, profundamente até ao músculo esternocleidomastóideo e lateralmente até à artéria carótida comum. Na base do pescoço, posteriormente à extremidade esternal da clavícula, a IJV combina com a veia subclávia para formar a veia braquiocefálica. Imediatamente antes disso, a extremidade inferior da veia jugular interna dilata-se para formar o bulbo inferior. Tem uma válvula que pára o refluxo de sangue.

    Durante a sua descida pelo pescoço, a veia jugular interna recebe sangue das veias facial, lingual, occipital, superior e média da tiróide. Estas veias drenam sangue da face anterior, traqueia, tiróide, esófago, laringe, e músculos do pescoço.

    Fig 1.2 - A veia jugular interna e a formação da veia braquiocefálica Fig 3 – A veia jugular interna e a formação da veia braquiocefálica

    Pertinência Clínica: Pressão venosa jugular

    Na prática clínica, a veia jugular interna pode ser observada para pulsações – cuja natureza fornece uma estimativa da pressão atrial direita.

    Quando o coração se contrai, uma onda de pressão passa para cima, o que pode ser observado. Não há válvulas nas veias braquiocefálicas ou subclávias – pelo que as pulsações são uma indicação bastante precisa da pressão atrial direita

    Seios venosos naturais

    Os seios venosos duros são espaços entre as camadas periosteal e meníngea da dura-máter, que são revestidas por células endoteliais. Recolhem sangue venoso das veias que drenam o cérebro e o crânio ósseo, e por fim drenam para a veia jugular interna.

    Pertinência Clínica: Seios cavernosos

    Os seios cavernosos são um par clinicamente importante de seios duros. Estão localizados junto ao aspecto lateral do corpo do osso esfenoidal. Este seio recebe sangue das veias oftálmicas superior e inferior, das veias cerebrais superficiais médias, e de outro seio venoso dural; o seio esfenoparietal.

    Localizado dentro do seio cavernoso está a artéria carótida interna, que atravessa o seio. Isto permite o arrefecimento do sangue arterial antes de este chegar ao cérebro. Juntamente com a artéria carótida interna, o nervo raptado (VI) atravessa o seio. Vários nervos estão localizados dentro da parede lateral de cada seio; nervos oculomotores (III), trocoleares (IV), oftálmicos (V1) e maxilares (V2).

    Se o seio cavernoso ficar infectado, estes nervos correm o risco de ser danificados. A veia facial está ligada ao seio cavernoso através da veia oftálmica superior. A veia facial não tem valvas – o sangue pode inverter a direcção e fluir da veia facial para o seio cavernoso. Isto proporciona um caminho potencial através do qual a infecção da face pode propagar-se aos seios venosos.

    Fig 4 – Secção coronal demonstrando o conteúdo do seio cavernoso direito.

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